terça-feira, 11 de outubro de 2016

Pec 241: O objetivo é tomar dos pobres e dar aos que vivem de juros.

por Emanuel Cancella
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 Ex-ministro Bresser Pereira desmonta a farsa da PEC 241 e o mesmo pode-se dizer da Lei de Responsabilidade Fiscal,  Lei Complementar nº 101/2000, (1): “O objetivo é tomar dos pobres e dar aos que vivem de juros.”
Essa, na verdade,  foi a fórmula que os monetaristas do mundo inventaram para engessar a economia dos países periféricos, entre eles o Brasil, e com isso garantir o pagamento da dívida externa.

Como nossas autoridades, mesmo golpistas, podem permitir que a vida das pessoas fique em segundo plano para viabilizar o pagamento de uma dívida impagável? Por que continuar a privilegiar  esses banqueiros rechonchudos, e com os bolsos já lotados de dinheiro, pagos principalmente por países pobres, entre eles o Brasil?
A lei de Responsabilidade Fiscal, em vigor no país, prediz que estados e municípios não podem gastar mais do que arrecadam, enquanto isso, pessoas morrem nos  hospitais desaparelhados; crianças fora das creches e brasileiros permanecem fora das salas de aulas por falta de escolas e universidades.

Mas nada a fazer, pois prefeitos e governadores não podem gastar mais do que arrecadam! Para piorar, agora está sendo aprovado no Congresso Nacional o congelamento do orçamento dos estados  por vinte anos, PEC 241. Por decreto, governadores não poderão nem sequer adequar o orçamento ao crescimento demográfico de seu estado e não poderá também adaptar o orçamento de Saúde, educação, saneamento básico, segurança, etc, para os nascidos após essa decisão.  

O superávit primário é uma meta imposta aos governantes para garantir o pagamento da dívida interna e externa. Enquanto são postos em segundo plano a vida; o pagamento de juros dessa dívida impagável é prioridade. E a divida cresce até por que nada pagamos do principal, só pagamos juros e a divida cresce alimentada pela maior  taxa de juros  do mundo!
Esses juros, também conhecido como taxa Selic, está em 14,15 % ao ano. Enquanto por exemplo a poupança dos brasileiros rende 6% ao ano.

Lamentavelmente, a presidente Dilma vetou a proposta de auditoria da dívida. Na verdade, nenhum governante tem a coragem de fazer aquilo que prevê nossa Constituição Federal de 1988, no artigo 26 do ADCT, que prevê a realização da auditoria da dívida externa.
A auditoria é como a renegociação da dívida, que muitos de nós, inadimplentes, fazemos com os bancos e até com agiotas. Essa revisão com banqueiros e agiotas resulta em melhores condições de pagamento. E com certeza, a auditoria, que lamentavelmente foi vetada, resultaria em diminuição da dívida e melhores condições de pagamento.  

Os EUA, por exemplo, principal imperialista a impor esse tipo de regra para os outros países, mandou às favas esse tipo de controle fiscal quando injetou vários trilhões de dólares para salvar sua economia, na quebradeira de 2008 (2).   O governo  estadunidense quebrou vários paradigmas para salvar o país! Pois apesar de exigir responsabilidades fiscal dos países mais pobres,  dizendo que o estado não poderia servir de tetas para ajudar empresas privadas, entrou com tudo para salvar suas empresas privadas como a GM, City Bank e outras. Isso para salvar a economia e os empregos dos americanos. E salvou!

No Brasil, nosso governo e o Congresso Nacional não estão preocupados com o país e nossa gente, eles priorizam o pagamento de juros aos banqueiros! É o Brasil voltando a ser colônia!



Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2016 
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300 
Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

(Esse artigo pode ser reproduzido livremente)

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.




   


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